Manuela Escobar. Na história do crime, poucos nomes são tão notórios quanto o de Pablo Escobar, o maldito traficante colombiano que, em seu auge, dominou grande parte do mercado global de cocaína.
Embora sua ascensão ao poder, seus métodos impiedosos e sua queda tenham sido amplamente explorados, as histórias das pessoas mais próximas a ele – especialmente seus filhos – recebem menos atenção.
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Entre eles, Manuela Escobar se destaca como uma figura cercada de mistério, levando uma vida que contrasta profundamente com a ostentação e a violência que marcaram o legado de seu pai.
A infancia de estremos de Manuela Escobar
Manuela Escobar nasceu em 25 de maio de 1984, durante o auge do poder de seu pai. Como a filha caçula e única menina de Pablo Escobar, ela viveu uma infância que estava longe de ser comum.
Sob o comando de seu pai, o Cartel de Medellín alcançava ganhos estimados em até 70 milhões de dólares por dia, garantindo a Manuela uma vida de luxo e extravagância quase inimagináveis.
Histórias desse período revelam a vida de uma criança para quem nenhum desejo parecia ser grande demais.
Um dos episódios mais conhecidos é o pedido de Manuela por um unicórnio. Em vez de explicar a natureza mítica do animal, Pablo Escobar teria ordenado que seus homens comprassem um cavalo branco e anexassem um chifre e asas ao animal por meio de cirurgia.
Essa tentativa grotesca de satisfazer o desejo de sua filha, que resultou na morte do cavalo por infecção, se tornou uma metáfora perturbadora para o mundo distorcido em que Manuela cresceu.
Porém, apesar da abundância, o perigo estava sempre à espreita. À medida que as autoridades e os cartéis rivais apertavam o cerco ao seu pai, a vida de Manuela se tornava cada vez mais imprevisível.
A família foi forçada a se esconder, mudando de refúgio em refúgio. Em um momento de grande aflição, Pablo Escobar teria queimado 2 milhões de dólares em dinheiro para aquecer sua filha enquanto se escondiam nas montanhas da Colômbia.
Esse incidente reflete a natureza contraditória da infância de Manuela: envolta em riqueza, mas constantemente ameaçada pelo violento império que seu pai havia construído.
Familia em fuga e a queda de um império
O ponto de virada na vida de Manuela Escobar aconteceu em dezembro de 1993, quando Pablo foi morto em um tiroteio com as autoridades colombianas.
Com apenas nove anos, ela foi lançada em um mundo completamente diferente daquele que conhecia.
Sem a proteção de seu pai, Manuela, junto com sua mãe Maria Victoria Henao e seu irmão Juan Pablo, se viu em grande perigo, tanto pelas autoridades quanto por criminosos em busca de vingança.
A fuga da família da Colômbia marcou o início de uma vida nômade. Rejeitados por diversos países e negados asilo, mesmo após apelos ao Vaticano, os Escobars se viram indesejados onde quer que fossem.
O peso do nome Escobar, junto com as exigências de cartéis rivais, tornava quase impossível encontrar um refúgio seguro.
Após uma jornada difícil que os levou por Moçambique, África do Sul, Equador, Peru e Brasil, a família conseguiu se estabelecer na Argentina no final de 1994. Para deixar para trás seu passado, adotaram novas identidades.
Manuela passou a se chamar Juana Manuela Marroquín Santos, um nome que lhe proporcionava a chance de viver com uma aparência de normalidade em sua nova vida.
Retorno as sombras e um breve respiro
Por alguns anos, parecia que Manuela Escobar e sua família haviam conseguido desaparecer no anonimato.
No entanto, seu passado os alcançou em 1999, quando sua mãe e seu irmão foram presos sob acusações de falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e associação ilícita.
Embora tenham sido eventualmente liberados por falta de provas suficientes, o episódio abalou a frágil paz que haviam conseguido reconstruir.
Curiosamente, Manuela nunca foi envolvida em atividades criminosas. Quando sua família foi presa, ela morava em Buenos Aires, tentando viver longe do notório legado de seu pai.
Relatos desse período mostram uma vida muito diferente da que ela tinha na infância, mais simples do que qualquer padrão de luxo, muito menos o de uma “princesa” do cartel.
Os excessos de sua juventude deram lugar a uma luta para manter até mesmo uma existência modesta, de classe média.
No entanto, esse período de relativa estabilidade foi breve. A prisão de sua mãe e irmão provocou uma mudança significativa em Manuela.
Temendo retaliações pelos crimes de seu pai, ela se afastou ainda mais do público. A depressão se instalou, dando início a uma série de desafios de saúde mental que viriam a marcar sua vida adulta.
Manuela Escobar e a Vida em Esconderijo
Nos anos seguintes à confrontação de sua família com a lei, Manuela Escobar efetivamente desapareceu da vista do público.
Enquanto sua mãe e seu irmão gradualmente retornaram à vida pública, escrevendo livros e dando entrevistas sobre suas experiências com Pablo Escobar, Manuela se recusou firmemente a se envolver em qualquer forma de exposição.
Hoje na casa dos 30 anos, ela continua sendo uma das reclusas mais notórias do mundo. De acordo com seu irmão, que agora se chama Sebastián Marroquín, a saúde mental de Manuela continuou a se deteriorar.
Ele compartilhou sobre suas tentativas de suicídio e suas lutas contínuas contra a depressão. Para sua segurança e bem-estar, ela supostamente vive com ele e sua esposa, evitando qualquer tipo de atenção midiática.
As razões para o extremo isolamento de Manuela são complexas. Além do trauma vivido na infância e da perda de seu pai, ela vive com o constante medo de ser descoberta. Embora nunca tenha sido acusada de crime algum, Manuela teme que qualquer pessoa que descubra sua verdadeira identidade a associe às atrocidades cometidas por seu pai.
Além disso, ela tem receio de que sua família ainda possa ser responsabilizada pelos crimes de Pablo Escobar.
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